Publicado hoje, dia 7/7/20, no Diário Oficial, que “Art. 7º O empreendedor é obrigado a implementar sistema de monitoramento de segurança de barragem em até 24 meses após a data de início da vigência desta Portaria.” (http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-40-de-6-de-julho-de-2020-265383714)

O monitoramento de grandes estruturas traz imensos benefícios e o principal deles é salvar vidas. Simples assim.

Os dias atuais dispõem de soluções para tal demanda, que possuem diferenças no uso, nas tecnologias empregadas, as facilidades de manuseio e instalação, os resultados rápidos e claros, etc., mas em todos os casos é importante observar que ter em mãos um aviso óbvio e direto de algo que está prestes a ocorrer – no caso, a ruptura ou cisalhamento ou desabamento de grande estrutura – pode significar salvar vidas! Se uma for salva, já terá valido o investimento.

Os sistemas de monitoramento automáticos possuem alarmes do deslocamento estrutural e são acionados quando atingem os valores do limite calculado, números esses sempre definidos por equipe de geotecnia. Os níveis de alertas são criados e remetidos por e-mail e/ou mensagens de texto no celular – praticidade imprescindível nos tempos atuais – ou acionam sirenes em pontos estratégicos de evacuação emergencial.

Ocorre que um cisalhamento estrutural, por exemplo, pode ocorrer de forma lenta e gradativa, o que permite avisar com antecedência para as providências de liberar a área retirando as pessoas e máquinas.

Há diversos aspectos técnicos envolvendo toda a ação, desde a avaliação da estrutura, com visita na área para saber o que monitorar – quando novamente é essencial que a equipe da geotecnia esteja envolvida – de onde monitorar, como transportar os dados do campo medidos por estações totais e/ou receptores GNSS para o escritório – por transmissão via rádio e/ou wifi (sistema automático) ou de forma “pós-processada” (sistema por campanha), ou seja, após leitura em campo, baixar os dados do sensor no computador. E ciente que ao retirar o aparelho do campo com interrupção nas leituras, o monitoramento se fragiliza.

O local do monitoramento com estação total é de extrema importância, pois o sensor deve ser instalado – de preferência – num local adequado à leitura de todos os pontos e que não faça parte da estrutura geológica a ser monitorada. Caso isso não seja possível, o sistema deve permitir a leitura em pontos fixos e precisos fora da estrutura para auto validação, ou seja, que o cálculo leve em conta o deslocamento do próprio sensor e assim o corrija.

Para monitoramentos que utilizem somente receptores GNSS não há essa preocupação, pois o lugar do sensor e dos pontos a serem monitorados recebem informações do sistema satelital posicional (GNSS) e não há visada do sensor para a estrutura de interesse (imagem abaixo). Os pontos de controle continuam necessários à validação do monitoramento.

O que também poderá ser realizado com estações totais e receptores GNSS de forma simultânea, sendo que algumas antenas instaladas fora da estrutura para servir de verificação de deslocamento.

Outra excelente opção é monitorar através do sistema de posicionamento em tempo real com recebimento de correções diferenciais diretamente de constelação de satélites RTX (Real Time eXtended  – http://www.trimblertx.com.br/), onde não será necessário bases.

Além das estações totais e receptores GNSS, há um bom número de sensores que também podem ser instalados com o sistema, tais como: sensor de inclinação, piezômetros, células de pressão, extensômetros, acelerômetros, sensores de rachadura, medidores de tensão, estações meteorológicas, medidores de distância a laser, câmeras, sensores sísmicos como sismógrafos de banda larga, acelerômetro de movimentos fortes, accelerographs de movimentos fortes, sensores SismoGeodésicos e gravadores de dados de alta frequência.

Os dados monitorados são compartilhados com os gestores e/ou equipe técnica em qualquer local do mundo, o que facilita bastante a gerência e tomada de decisões.

No local do monitoramento             

Dados disponíveis do monitoramento através de dispositivos móveis

No caso específico da estação total (sensor) em monitoramento automático, será necessário que a mesma esteja protegida da poeira e intempéries do clima, sobre um ponto rígido – tanto no aspecto geodésico (coordenadas conhecidas de latitude, longitude e altitude ou do grid da obra) como no físico. Nesse último caso, o ideal é a instalação em cabines climatizadas com painéis solares para o fornecimento de energia, sistema de rádio ou wifi, vidro na angulação correta, etc, como nos exemplos reais, abaixo.

Trata este breve texto sobre apenas alguns aspectos do monitoramento de grandes estruturas como por exemplo, barragens em ação minerária.

Ainda estamos no início desse novo momento na segurança de barragens e a experiência trará as adequações para a melhor eficiência do sistema.

Fábio Éleres

Eng. Civil e Agrimensor

Especialista em Sensoriamento Remoto

Representante TRIMBLE nos Estados do Pará e Amapá.

91-9-9941-3591 – [email protected]

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